segunda-feira, outubro 11

GUERRA NA QUINTA DA REPÚBLICA

COISAS...



Por: Jó Carvalho






GUERRA NA QUINTA DA REPÚBLICA...




- Acerca dos recentes acontecimentos, decorrentes da saída do Professor Marcelo Rebelo de Sousa muito se tem alimentado o discurso sobre o Deficit Democrático chegado ao Continente da República (melhor à QUINTA da REPÚBLICA) importado do arquipélago do Jardim. Dizem que é assim, pelo menos assim afirmam os “especialistas” nessa matéria. Acho que é difícil falar em deficit democrático no momento em que vivemos, já que, bem analisada a nossa Democracia, esta evoluiu para um estado de “faz de conta”, em que tudo é permitido em seu nome. Choca-me profundamente ver como, de todos os quadrantes políticos, vemos moralizadores que à laia de beatas militantes de sacristia, criticam comportamentos de terceiros sem antes espiarem os seus “pecadilhos”. A ver:




- Os Comunistas, falam de falta de Democracia, censura, regresso ao antigamente, etc. É uma forma de ver as coisas, sob o ponto de vista do partido, mas pelo menos, as directrizes de orientação política do mesmo já não vêm de Moscovo. Agora pergunto: como podem defender princípios e falar de moral e ética aqueles que precisamente sempre cercearam a opinião de vozes discordantes dentro das suas fileiras e condicionaram os destinos dos seus militantes à vontade de uma direcção (mais parecida com um directório de contornos absolutistas)? A quem querem enganar com as suas demonstrações de democracia, dizendo que as escolhas de dirigentes são conseguidas através de votações internas, que, por serem de braço no ar, são dessa forma condicionantes e castradoras das Liberdades e Democracia que tanto apregoam e dizem defender. Que o digam os “históricos” afastados por serem renovadores. Com a saída do líder, já se fala em sucessão (não eleição pelos militantes). Muito democrático, não haja dúvidas; quem não afinar pelo mesmo diapasão do comité central, já sabe o que o espera (sorte que a Sibéria já acabou… mas atenção que na China morrem aos milhares e o Fidel não dorme em serviço).




- Do Bloco de Esquerda, vemos o irrepreensível, puro e sempre senhor da razão, Francisco Louçã a tomar posições que, no tempo da outra senhora já lhe teriam valido umas visitas à António Maria Cardoso e consequente passagem para o Tarrafal. Ainda bem para ele que os censores e os responsáveis pela nova polícia política cá do burgo andam distraídos. Raios, os tipos ou não valem nada mesmo ou então acham que o mocinho é um alucinado/iluminado e visionário. Então deixam passar ignomínias como as que o tipo manda? Democracias que promovem a auto-segregação e faz das minorias uns pobres coitadinhos excluídos pela sociedade, à qual ninguém presta atenção e que acha que deveriam ser eles a ditar as regras, também não será o modelo mais correcto, isto na minha modesta maneira de ver as coisas. Quem bebeu ideais políticos baseados precisamente no total controlo dos centros de poder, políticos, civis, militares e comunicação social (leiam-se os manifestos dos grandes pensadores marxistas-leninistas), como forma de manter o povo disciplinado, como poderá depois por em prática políticas e atitudes de cariz democrático perante um povo? Será a isto que chamarão “democracia direccionada”? Eu chamar-lhe-ia “Democracia à Maneira deles”. Isto aliás, aplica-se aos anteriores e aos que vêem a seguir. Grande facção política, muito democrática sem dúvida: um prémio para quem me saiba indicar uma voz discordante.






- Do lado da face mais moderada da esquerda, o PS, que de socialismo só tem o nome, isto desde que o seu patriarca Soares (pai) o enfiou numa gaveta de onde não mais saiu e jaz bafiento e esquecido. Quem não gostou, foram ainda algumas alas mais radicais que insistem em discursos e poses revolucionárias, mescladas de revivalismo e romantismo próprios do pré-25 de Abril, totalmente desajustados da realidade do estado de coisas a que chegou a nossa sociedade. Continuam a ver fantasmas de coisas que não existem, mas que teimam em dizer que estão aí? O grande poeta Alegre, o qual respeito pela grandiosidade da sua obra literária, deveria ter evoluído nos seus conceitos de luta democrática. Já não se usa esse discurso! Até o nosso Nobel da Literatura recuou acerca de posições menos claras acerca dos regimes de esquerda mais musculados (contudo, é curioso como se mantém na “sua” Ilha de Lanzarote em vez de vir ao “combate” na República, junto dos seus confrades do PC). Pois, é que isto de ser republicano, laico, agnóstico e acima de tudo de esquerda tem lá destas contradições “democráticas”; gostaria de saber, como é que uma pessoa com esta forma de encarar a vida consegue viver numa Monarquia? Talvez seja porque lá, esteja protegido de perseguições (desde que não se manifeste contra “el-rei”) não havendo assim perigo de ser devorado pela censura do Estado Português. Daqui admiro a tomada de posição acerca do assunto: Censura e unanimidade.





- Da direita, temos ouvido silêncios, vozes discordantes e concordantes. Eh! Calma, que estes, lá por eu dizer isto, não são os que aqui vou defender! Aliás, não vou defender ninguém, que eles têm seguranças por tudo o que é sítio. Lá que são os menos democráticos, isso é bem verdade, já que os rapazinhos andam sempre às bocas uns aos outros: Ele é o Macário Correia no Algarve, o Dr. Jardim que desanca nos “cubanos” sejam eles do partido que forem (vejam lá que o homem até conseguiu manter as siglas PPD na designação do partido lá na Madeira!). Arre! Quem conseguiu deitar abaixo uma ditadura de mais de 50 anos não consegue tirar de lá o tipo? E o Santana? Que cromo, meu Deus! Pelo andar da carruagem, ainda não é desta que o nosso “gigolo” de estimação vai levar um projecto até ao fim, senão vejamos: casamentos, nunca os conseguiu levar até ao fim; no Sporting (no meu adorado SCP… o tipo até deu “Vivas” aos Lampiões!), foi a palhaçada que se viu, em todos os Congressos em que interveio, barafustava, ia a todos os “combates” e das duas uma, ou saia chamuscado e com ares de betinho contrariado ou então triunfante mas desprovido de conteúdos práticos. (se é assim com as mulheres, daí se pode concluir que talvez não seja ele a sair, mas elas que ficam decepcionadas com baixas performances. Ele há coisas que não se compadecem só com fogachos e publicidade enganosa; ou se dá o que se apregoa ou então mais vale fechar a braguilha.) Mas há mais. Na Câmara da Figueira foi o que se viu e na de Lisboa, a obra que deixou foi… um buraco. Pois, é que depois do Panteão Nacional (Santa Engrácia), estamos na eminência de termos ali outra obra para dar e durar. Convenhamos que é um autêntico ultraje à memória do Marquês de Pombal, aquela coisa ali mesmo, a seus pés. Quer este menino ser Presidente da República. “Aldra”! Antes o vocalista dos ENAPÁ2000. Esse ao menos ainda faz rir a malta.


Mas, já que estamos na zona laranja, o que me dá que pensar é o silêncio do Professor Marcelo. Sem lhe tirar os seus méritos e saber, perante os quais deixo aqui a minha palavra de agrado e reconhecimento pela lucidez de comentários, tenho de referir que está mais que provado ser talvez a pessoa mais bem posicionada para assumir a Presidência da República, já que enquanto decisor, pouco ou nada fez que se visse e enquanto esgrimiu forças com os partidos concorrentes ao poleiro, saiu sempre pela porta dos fundos. Mandou a disciplina partidária às malvas, juntou à sua capacidade de comunicação uma pitada de populismo, abraçou estoicamente a missão de comentar e atribuir notas aos condutores deste país (por 1200€ por mês até eu dava notas por vinte anos) e eis o Prof. lançado na construção de uma imagem “presidenciável”. Só discordo numa coisa: Não seria mais legítimo que as notas fossem atribuídas por quem já esteve no poleiro? Sim, no meu tempo, era quem sabia do que se avaliava que dava as notas. Ora que eu saiba, o Prof., nunca foi mais que vereador de uma vila do interior, isto no que diz respeito às cadeiras do poder. Criticar Santana, Portas e mesmo o Sócrates de populismo? Oh! Professor é no mínimo ridículo criticar os outros por algo que o Sr. faz tão bem feito. É aliás outra das coisas que me confunde esta coisa do populismo; é que eu não tenho feitio para andar a ser lambuzado pelos beijos, beijinhos, beijocas e lambuzadelas de qualquer ser que vista umas saias, ainda por cima, na maioria das vezes a cheirar a peixe (subsídio para perfumaria francesa já, para os desgraçados dos políticos!). Disto, muito democraticamente não abdicam os nossos políticos (o Portas em especial). Menos democraticamente mandou o barco das abortadeiras holandesas de volta para o seu destino e dessa forma prestou o melhor serviço aos que defendem o aborto: PUBLICIDADE. Vês Paulinho, quem com ferros mata, com ferros morre.




- Uma palavra para o nosso PR. Acusado por uns, apoiado por outros, é bem a prova daquilo que representa o nosso sistema político e qual o seu significado, enquanto máximo representante da nação: figura mais decorativa que um monarca. Para isto não valia a pena termos a República. Tinham-se deixado estar quietinhos e evoluíam para uma monarquia constitucional como aqui ao lado “nuestros hermanos”. Até aqueles que criticam as suas posições acerca da transmissão de poderes no governo ainda não viram que o homem mais não fez que potenciar uma mais que previsível maioria absoluta para o seu partido e desviar as atenções da comunicação social de outros dossiers mais quentes e comprometedores. Sacrificou-se pelo partido, nada mais. O resto é puro vender papel e concorrer por um share e audiências.




Assim meus Amigos, se demonstra que não há deficit nenhum na nossa democracia, pois, até hoje, continuamos no mesmo estado de coisas em que estávamos aos primeiros alvores de 25 de Abril de 1974. Pouco evoluímos e o que não evolui, nunca pode entrar em deficit, é o que nos diz a matemática. Diria antes que nos mantemos na nota 1, numa escala de 1 a 5 (conquista de Abril), como diria o Professor Marcelo nos seus comentários (isto se deixasse a fascizante escala de 0 a 20 que teima em usar). Andam todos ao mesmo e todos se servem da comunicação social para perseguir os seus objectivos. Esta, por sua vez, serve-se da treta que é a política nacional (e dos que a fazem) para levarem avante as suas conveniências, audiências, negócios, lobbies e interesses pessoais e familiares. Não haverá mais nada a debater em profundidade neste país? Parem de enganar o Povinho e abram a pestana de uma vez por todas e deixemo-nos destas COISAS.



Jó Carvalho






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