quarta-feira, julho 18

O BARQUEIRO






Entre curtas viagens, junto ao leme, um homem divide o olhar entre o horizonte do rio e os visitantes que chegam. Ali, do outro lado, fantásticas histórias medievais aguardam, latentes dentro do imaginário de quem chega, porque neste, como em muitos outros castelos, as "legendas" do espaço que se descobre, são feitas pelos que o visitam, ciceroneando, ao sabor da inspiração, os segredos escondidos do espaço.



E o barqueiro, olha quem chega, como que a ler-lhes o pensamento...

terça-feira, julho 17

Não resisto...




Adoro o meu trabalho e isto é a prova viva da competência dos Tribunais, que me faz sentir segura enquanto cidadã e trabalhadora.

sábado, julho 14

Outra vez tu, Lisboa!!

Lisboa - Bairro Alto.

Da Rua da Rosa à do Loureiro, em tão curta distância, dezenas de janelas mostram uma Lisboa envelhecida a qual vai resistindo, absorvendo durante madrugadas sem fim, os odores da juventude em festa que a invade...Dizem que os olhos são as janelas da alma... as janelas são os "olhos" desta cidade; que triste está a tua Alma, Lisboa! :(

quarta-feira, julho 11

Vou dar de beber à Dor



Foi no Domingo passado que passei
à casa onde vivia a Mariquinhas,
mas 'stá tudo tão mudado
que não vi em menhum lado
as tais janelas que tinham tabuinhas.
Do rés-do-chão ao telhado
não vi nada, nada, nada
que pudesse recordar-me a Mariquinhas,
e há um vidro pregado e azulado
onde havia as tabuinhas.

Entrei e onde era a sala agora está
à secretária um sujeito que é lingrinhas,
mas não vi colchas com barra
nem viola, nem guitarra,
nem espreitadelas furtivas das vizinhas.
O tempo cravou a garra
na alma daquela casa
onde as vezes petiscavamos sardinhas
quando em noites de guitarra e de farra
estava alegre a Mariquinhas.

As janelas tão garridas que ficavam
com cortinados de chita às pintinhas
perderam de todo a graça
porque é hoje uma vidraça
com cercadura de lata às voltinhas.
E lá p'ra dentro quem passa
hoje é p'ra ir aos penhores
entregar ao usurário umas coisinhas,
pois chega a esta desgraça toda a graça
da casa da Mariquinhas.

P'ra terem feito da casa o que fizeram
melhor fora que a mandassem p'rás alminhas,
pois ser casa de penhores
o que foi viveiro d'amores
é ideia que não cabe cá nas minhas
recordações do calor
e das saudades. O gosto
que eu vou procurar esquecer
numas ginginhas,
pois dar de beber à dor é o melhor,
já dizia a Mariquinhas.

 

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