terça-feira, março 23

NEVOEIRO

NEVOEIRO







Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,


Define com perfil e ser


Este fulgor baço da terra


Que é Portugal a entristecer –


Brilho sem luz e sem arder,


Como o que o fogo - fátuo encerra.






Ninguém sabe que coisa quer,


Ninguém conhece que alma tem,


Nem o que é mal nem o que é bem.


(Que ânsia distante perto chora?)


Tudo é incerto e derradeiro.


Tudo é disperso, nada é inteiro.


Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a hora!



Valete, Frates

(Fernando Pessoa) in: Mensagem

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