sexta-feira, junho 9

Diário de uma Helpdesker de Informática:09-06-2006

Após 15 minutos de despiste técnico, em que eu ajudava uma cliente a instalar e configurar um modem, a cliente finaliza o processo de instalação, e eu indiquei-lhe:
- No ambiente de trabalho, existe certamente um ícone novo... É referente ao acesso à Internet. Por favor, posicione o rato em cima do mesmo e faça duplo click. Que janela lhe surge?
Resposta da cliente:
-Ah, sim... O ambiente de trabalho lá do escritório é de cortar à faca...

Diário de uma Helpdesker de Informática - Introdução

Pois é... Por vezes acontecem-nos coisas extraordinárias durante a nossa vida de Helpdeskers... Principalmente em casos em que o serviço de ajuda ao cliente é prestado via telefone. As situações que colocarei de hoje em diante, são situações reais, que aconteceram comigo, enquanto prestava / presto apoio técnico a clientes de determinados serviços de Internet. Por razões óbvias, não serão publicadas referências de nenhum dos intervenientes. Todos os nomes são fictícios, e servem apenas para narrar os episódios hilariantes que se vivem nestas andanças de informático.

Bem haja a todos, e espero que se divirtam com os meus artigos.

segunda-feira, maio 22

A pedido de várias "famílias"...



Já são bastantes as estórias aqui contadas no COISAS. Por motivos lógicos, elas falam da vivência de polícias no seu dia a dia. Alguém me deu a ideia de transpor essas histórias para um blog exclusivamente dedicado a conter esses relatos, de forma a serem mais fáceis de encontrar no meio desta confusão que é o COISAS. Assim, a pedido de várias "famílias", aqui fica o link do novo espaço, ESTÓRIAS DE POLÍCIAS.

Espero que gostem e que se divirtam.

Obrigado a quem visita estas COISAS.

segunda-feira, maio 15

Que se lixe a cerveja!...



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Lisboa era uma enorme cuba de fermentação de cerveja, em laboração contínua. Estava no auge do Euro 2004 e os gerentes de restaurantes, bares, cervejarias, cafés, tascas e afins esbracejavam, gritando aos telemóveis, implorando às distribuidoras a rápida reposição de stock do precioso líquido, que jorrava quase ininterruptamente ao longo do dia e noite. O débito das torneiras era impressionante e a meio da manhã, os níveis das cubas estavam abaixo da reserva. Só uma acção concertada do S. Martinho, com o pagão Baco, mediada pelo popular (e residente) Santo António que, não duvido, terá negociado alguma cota de mercado nas festividades do seu culto pessoal, terá permitido que tanta gente mantivesse em constante funcionamento os seus sistemas de depuração sanguínea. Por toda a baixa Lisboeta, tomada desde muito cedo por milhares de adeptos, na sua maioria britânicos que entoavam os seus cânticos, rivalizando com as modas das festas dos Santos Populares. Rivalizavam os cânticos e os cheiros, já que à falta de sanitários em número suficiente, nem a sardinha assada conseguia impor o seu perfume!
Os excessos, uns mais tolerados que outros, surgiam por toda a parte e manifestavam-se não tanto pelo seu impacto na fuga à “normalidade”, mas mais pela frequência com que se praticavam. Falo claro do excesso de ruído, ocupação de vias de trânsito, desrespeito pela sinalização e claro, as tradicionais demonstrações de projecção do xixi em comprimento (versão masculina, mais comum e internacionalizada), e na importada variante feminina, sem dúvida mais rara por estas paragens, mas de longe mais espectacular.
A missão das forças de segurança era manter esta mole de gente em euforia etilizada dentro do razoável limite do admissível, cabendo aos responsáveis das forças no terreno manter as coisas controladas.
Numa das noites que antecederam um jogo da selecção inglesa, parecia que Trafalgar Square se tinha transferido para o Rossio. A proporção de fiéis adeptos das equipas ainda em competição era esmagadoramente favorável em número para os súbditos de Sua Majestade. A quantidade de “infiltrados” em missão de controlo era a normal e cerca das 23H30, foram dadas ordens precisas para o encerramento de todos os estabelecimentos, em especial os mais próximos da Praça D.Pedro IV. A concentração de “suporters” contudo, não arredava pé e aumentava cada vez mais junto à confluência da Rua da Betesga com o Rossio e a Rua da Prata. Parecia a Praça de S.Pedro em dia de Pontifica aparição pública.
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- Raios, já fecharam todas as “tascas” e a malta não arreda pé!
- Pois é Chefe, não estão com muita vontade de ir embora. Sem cerveja, ainda desatam a partir montras e portas dos estabelecimentos para ir beber à força.

A turba de gente, concentrava-se cada vez em maior número e reparei que todos olhavam para uma varanda do Hotel Internacional. Os câticos de apoio à Velha Albion, tinham sido trocados por vários gritos dos quais se percebiam alguns “come back” e “come on… take-off that…”. Intrigado, aproximei-me, tentando vislumbrar os motivos porque todos olhavam para o ar. Mas nada se via. Decidi então abordar um português que avidamente esbugalhava os olhos em direcção de uma varanda do hotel.

- Tá animado isto aqui!...
- Oh pá, tá demais; uma delicia… tá uma gaja ali dentro que disse que ia mostrar as mamas à varanda – informou-me o deliciado lusitano, sem ousar desviar os olhos da dita varanda – só faltam umas cervejinhas.

Imbuído de “elevado espírito de missão”, não tardei a fixar o olhar no balcão, decorado com a bandeira inglesa e de onde a qualquer momento se aguardava a pública aparição da ousada menina. Por várias vezes, uma vistosa loiraça, aproximava-se do varandim e ameaçava retirar a t-shirt que lhe cobria o tronco. Cada vez que o fazia, a populaça, em uníssono, disparava em alvoroço os mais variados gritos de incitamento, desafios, enfim, um autêntico rol de expressões e orações pejadas do mais baixo vernáculo multilingue. Alguns, mais desesperados, faziam tentativas para trepar pelos ornamentos arquitectónicos da bela fachada do Hotel onde a ninfa, em moderna versão da Shakespeariana Julieta, incitava os potenciais e etilizados Romeus. Alguns, à boa maneira britânica, faziam apostas entre eles, jogando o número de vezes que ela apareceria até expor os seus atributos, outros prometiam-lhe noite de sonho como ela nunca tivera. A portaria do hotel estava fechada e reforçada por vários polícias que a custo conseguiriam fazer recuar quantos não arriscavam opções radicais de ataque ao castelo e preferiam a segurança das escadas e elevadores. A carga policial estava eminente e a donzela continuava a fazer as suas ameaças de exibição. Eis então que, um dos principais responsáveis policiais no local, perante a eminência de uma intervenção que por certo mancharia a imagem quase exemplar do evento nacional nos olhos do mundo, teve um rasgo de génio, ao reparar que, apesar do espectáculo eminente estar a atingir o auge, os bifes continuavam a protestar contra o encerramento dos locais de venda de cerveja. Encarregou-se de fazer passar a palavra que, na zona do Bairro Alto, a cerveja ia ser vendida a preços mais módicos e estavam próximas várias “happy-hours”. Em breves segundos, o efeito passa palavra, teve o efeito desejado. Era vê-los a perguntar onde era esse tal de Bairro-Alto. A multidão iniciou a sua peregrinação no momento preciso em que a moçoila, talvez por ver a multidão em debandada e ver-se ferida na sua popularidade, debruçada sobre o vazio do balcão, retira a camisola e exibe as mamocas à populaça, agitando-as, enquanto gritava uns guinchos de chamamento ao seu rebarbado público. Esperava-se nova investida da audiência em dispersão, após tamanha provocação e por breves instantes veio-me à lembrança a célebre cena do filme Apocalipse Now em que Frederic Forrest, o Jay “Chef” Hicks, acompanhado dos restantes camaradas, quase devoram as coelhinhas da Play-boy, em pleno Cambodja. Mas, surpresa das surpresas, enquanto aquela visão se mantinha, suspensa e em exibição pública, a maioria dos conterrâneos da candidata a “coelhinha”, afastava-se, com o argumento unânime de que aquelas maminhas eram uma vergonha e não eram dignas representantes das súbditas de Sua Majestade; o Bairro-Alto é que estava a dar.
Contudo, alguns dos assistentes não arredavam pé. A grande maioria, portugueses, franceses, espanhóis, que até aí, pouco se tinham notado no meio da maioria britânica. Abordei novamente o interlocutor que me informara acerca do que ali se passava
.
- Então amigo, grande espectáculo, eh! eh!
- Podes crer, mano… quero lá saber da cerveja, meu!

Na verdade, há diferentes formas de viver a vida, ehehe!
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fotos retiradas daqui

Nota: esta estória está ligeiramente alterada, embora mantenha o essencial da realidade. A menina na foto, é a "diva" referida e continuo a procurar, incessantemente, uma foto dessa memorável noite :)

sexta-feira, maio 12

Hábitos, manias, vícios, tiques e afins...

Recebi este desafio e não resisti respondê-lo. A "provocação", veio do Blog da Paula, que lançou uma espreitadela por estas coisas e deixou a sua deixa; bem "deixada", por sinal. Sempre bem vinda, assim como todos quantos aqui param para coisar estas coisas.


Belos desafios a que estou sujeito!! Há uns anos, nem a tal me aventuraria. Mesmo não sendo Ribatejano, de tão perto que dele vivo (Ribatejo), antes enfrentar um touro em pontas, ehehe... Hoje, pouco me importa.

Tenho manias, tiques, hábitos (ou lá o que lhe queiram chamar) que não devem ser únicos, mas não são melhores nem piores que outros; unicamente, são meus e pronto.Mas antes vou descartar alguns que não tenho, uns por natural sequência da minha condição de homem pré-macho latino (VERSÃO MODERADA, VULGO "LIGTH DO VELHO MACHO LUSITANO), sim, porque se não acompanhamos a evolução, somos logo rotulados de jarretas, velho antiquado, cota, etc; atenção, modernização vai comigo, mas sem modernices de outro género, que eu não vou em cantigas nem em "lobbyes", por muito que os respeite e ache no direito de terem o seu espaço.

-Cara Amiga, mexer no cabelo tinha eu, quando podia usar uma trunfa que tirava o paterno do sério (sempre poupava umas massas no Ti João Barbeiro), mas esses devaneios capilares terminaram para sempre aos 17 anos, quando da transposição da porta da Base em Tancos;

-Conduzir com velocidade, acaba por ser quase banal, nos dias que correm (claro que uns mais que outros), mas tenho-me safo bem e tem querido a divina providência que das duas uma: ou os radares dos cívicos avariam à minha passagem, ou S.Cristóvão, o santo protector dos viajantes e condutores, tem andado a dar-me umas baldas; se for este o caso, espero que na hora da prestação de contas, o chefe dele não venha para cá armado em fiscal das finanças a cobrar com juros;

-Dançar... bem, dançar, não é bem a minha especialidade. Não evito tentar fazê-lo, mas diria mais que pratico uma espécie de "abana-o-esqueleto", no literal sentido da expressão. Sou um pés-de-chumbo, mas o cálcio, esse chocalha dentro da musculatura (pouca que não há tempo para enchimentos extras);

-Se mal danço, melhor não falar das cantorias, por isso, poupo quem lê à violência da minha auto-crítica, no que respeita a lirismos;-Beijokeiro sou eu, mas calma aí... se fizesse isso ao tipo de clientela da minha "empresa", ou era abertura do Jornal da TVI, ou há muito que andavam a deitar, à minha passagem, florzinhas para o chão dos corredores;

-Partilho a mania das luzes acesas (os tipos da EDP agradeçem, com toda a certeza, que essa treta da poupanca é só letra de "parecer bem")...

-É muito mau sinal quando olho nos olhos de alguém ao falar, já que isso significa que, ou estou pior que uma barata ou o interlocutor fez alguma coisa que não devia (que o digam as minhas filhotas, por exemplo); essa coisa que se diz de ser sinal de sinceridade, etc, o olhar nos olhos de de outrém, morre como regra e acho mesmo que é excepção. Não me digam que nunca repararam que é o que fazem os políticos, vezes sem conta e depois, o resultado está à vista... sinceridade, uma ova!;

-Tenho pavor à sistematização e automatização de comportamentos e logo muito avesso a rotinas (muito importante na minha profissão);

-Pego nos copos usando unicamente o indicador, médio e o polegar. Os dedos anelar e mindinho, demarcam-se do contacto com o vaso, à laia de antena ou contra-peso. Uma coisa é certa: não sei porquê, mas não é actualmente uma prioridade sabê-lo;

-Não posso ver portas de armário de cozinha abertos, sem que esteja a ser tirado ou colocado algo no interior (vários galos cantaram e "moldaram" esta mania);

-Detesto ver pessoas a falar com facas, garfos ou outros objectos contundentes, perfurantes ou congéneres na mão. Sempre achei um perigo quando vejo as pessoas bradindo efusivamente a mão com ditos objectos, movimentando-os ao sabor do maior ou menor calor da conversa;

-Sou incapaz de dormir com almofada e sem ser de barriga para o ar; contudo, a almofada acompanha-me sempre, a qual encosto com o a cabeça contra o dossel da cama e durante o sono, torço-lhe as orelhas ao ponto de ter de as substituir periodicamente. A mãe, diz que quando era pequeno, fazia isso para dormir e a malandreca da mana, ainda hoje pergunta se já deixei de fazer isso ou não.

Estas, são apenas algumas das que me lembro e que poderão rondar um pouco o bizarro; bizarrices para alguns, porque para mim, manias são manias e o resto são conversa. Desde que não sejam incomodativos ou irritantes (depende sempre do conceito e capacidade de encaixe de cada um), tanto me dá se o puto que viaja à minha frente no Metro, se delicia a escrafunchar os pavilhões nasais ou o vizinho do lado pisca os olhos à velocidade de 3 piscadelas por segundo, desde que a seguir não se me dirijam e me estendam a mão para cumprimentar, ou então que insistentemente me obriguem a olhá-lo de frente, para lhe dar uma informação...Livra, ele há com cada mania!!!...

 

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