quarta-feira, outubro 24

Pensamentos infinitos...



Já cá estou novamente, no meu cantinho, à laia de castelo, entre as minhas coisas, no meu Mundo... do outro lado está outro Mundo... outros Mundos. Escolho aqueles cujas órbitas se cruzam com a minha e, com sentido, interagem.
(...) infinitos
Os regressos nem sempre são desejados e, tantas vezes, nada fáceis... entendo-me bem; aliás, como costumo dizer, sou perito em puzzles de palavras... ui, se sou... quando me acontece a melancolia dos dias, dentro dos meus pensamentos e reflexões,  escrevo (tenho necessidade intensa de escrever) e tantas vezes não faz sentido... depois, movo as palavras, as frases, como se fizesse uma paciência, uma espécie de crapô solitário, porque falta quem o jogue comigo. E tantas vezes acaba a fazer sentido, como se afinal fosse um jogo de multidões de palavras e ideias...
As Multidões... gosto de pass(e)ar no meio de multidões, sem ser notado; desde muito pequeno que o faço e apurei esse "dom"... é delicioso! Questiono-me se serei visível a quem me rodeia; tem o seu “quê” (porquê?!) de oculto, místico. O poder da nossa mente é inexplicável... diz a máxima que, querer é poder... por alguma razão será. Algumas das minhas experiências místicas foram acidentais... aliás, acho que o misticismo me (nos) acompanha, persegue, não o procuro; ele rodeia-me e eu convivo (na maioria das vezes bem) em clima de tolerância consensual... faz-me sentir vivo. Nunca tiveste (tu que me espias), a pura sensação de não pertenceres a este mundo, de seres um personagem que não encaixa na "fotografia de família"!?... Saio para fora do que sou, do meu Mundo e jogo a alquimia das palavras numa cabra-cega onde todos estão vendados... brisas desconhecidas sopram as palavras do meu caderno, como a morte a alma a um corpo e projectam-nas no universo, ao encontro de quem as decifre no seu imo! Mensagens de incursões em “aléns” distantes...
Faço as minhas incursões no "Mundo Exterior"... mas, quase sempre, faço-o sem aviso prévio, aleatoriamente. Eu,  "aéreo" a pensar com os meus botões (raios botões, só um, nos jeans, ahahaha, o resto, zippers) e a fazer contínuos “rewinds” na memória...
(...)infinitos
Sair para quê?... acabo por ser feliz assim... contudo, respeitando este auto-infligido eremitério, tive esperança de ao menos renascer para este mundo (que está cada vez mais um caco... melhor, caca) e partilhar, cara na cara, os mistérios que encerram os seres virtuais, ocultos... místicos que vemos a toda a hora e julgamos “gente como nós”. No entanto, faz-me bem perder-me entre magotes de desgovernados, que não me evitam, porque talvez não existam, como almas que seguem os seus rumos sem rumo, presas às rotinas da vida do corpo que, sem consciência, deixaram, no processo que uns chamam morte, outros libertação... processo... busca da Luz. Não tenho medo da morte... preocupa-me, unicamente, não fazer sofrer terceiros, quando embarcar, rumo à próxima etapa. Quanto ao morrer físico, carnal, que seja uma transição rápida, sem “check-up’s” nem revistas de bagagem, que essa, não levo, porque não deixam (e também não quero). Que seja rápido, mas se tiver de ser com dor, ou de uma dor diferente, boa (já pensas-te que talvez haja uma dor boa?!), ao menos que sirva para algo, nem que seja para dar motivo a uma comemoração de Amigos.
Ao contrário da Morte, tenho, tantas vezes medo da palavra Amar... aliás acho que a vida e os que nos rodeiam acabam por fazer que essa palavra seja, tantas vezes, não mais que uma palavra... será da força que encerra? Das palavras místicas, talvez a mais proscrita e desejada.
(...)infinitos
Pertenço aqui? Às vezes não sei bem se estou bem onde estou, se quero o que quero, se gosto do que gosto, do que desejo... gosto de gostar, mais de gostar de que gostem de mim... isso não me dói (ou talvez interesse, mas não ligo tanto, já liguei mais! Mas gosto...). Ainda busco saber quem realmente sou, quem tu és (existe o que quero? quem eu quero?), compreender o Mundo, quem somos Nós, como somos, realmente, Nós... e eu estou nesse Mundo. Um dia saberei quem sou, se dele sou, ou se estou só de passagem e depois, viajo, apanho uma qualquer auto-estrada na imensidão da via láctea e vou até nunca mais, até ao renascer da alma em pensamentos infinitos.
(...)infinitos

...conta-me... existes?

JVC

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